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Crítica: Círculo de Fogo (Pacific Rim, 2013)

Posted on Friday, August 9, 2013

Por Marcel R. Goto


Círculo de Fogo é um anão com 80 pontos de QI montado sobre os ombros de gigantes.

O roteiro de Círculo de Fogo é uma ilha de mediocridade cercada de efeitos especiais por todos os lados.

Círculo de Fogo não pega elementos emprestados dos animes. Círculo de Fogo segue os animes até um beco escuro, arrebenta eles com um taco de baseball e revira seus bolsos a procura de ideias.

Se você colocar todos os clichês de Círculo de Fogo um ao lado do outro, eles dariam três voltas ao redor da Terra.

O roteiro de Círculo de Fogo é uma página em branco onde são coladas ideias tiradas de histórias melhores, diluídas em água até perderem a cor, o cheiro e o sabor.

Em Círculo de Fogo, uma cena é definida como um pedaço de filme que faz a ligação entre dois furos de roteiro.

Círculo de Fogo não tem sequer uma única ideia original. Uma surpresa. Não tem uma fala interessante. Não tem um único arco dramático digno do nome. Um único personagem que não seja uma caricatura cansada dos piores clichês do cinemão americano. Não tem uma cena que já não tenha sido vista mil vezes antes em filmes melhores.

Um filme pode ser muito melhor do que Círculo de Fogo sem chegar a ser bom. Existem filmes ruins que são melhores do que Círculo de Fogo.

Círculo de Fogo atinge o climax aos cinco minutos, quando o título aparece na tela. Depois, só piora.

A história é uma colcha de retalhos previsível e sem sentido. Na metade do filme, você já consegue dizer exatamente como ele vai terminar, só não consegue admitir isso pra si mesmo, e fica esperando que algo te surpreenda. Mas não, tudo acontece exatamente como você passou metade do tempo imaginando que ia acontecer.

O final de Círculo de Fogo é IDÊNTICO ao final de um outro blockbuster recente. Só que pior. E no tal outro filme já era um final bem fraco.

Aparentemente, há pessoas que consideram Círculo de Fogo um bom filme. Essas pessoas não devem  conseguir identificar um ovo podre pelo cheiro, quanto mais avaliar a qualidade do que quer que seja.

O DVD de Círculo de Fogo devia ser só uma colagem das cenas de monstros e robôs gigantes, cortando todos os personagens fora. Uma versão com todos os diálogos devia ter desconto no preço por insalubridade

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Money, Money, Money

Posted on Wednesday, July 3, 2013

Por Marcel R. Goto

Resumo da história: em março de 2012, Tim Schafer, co-roteirista dos primeiros Monkey Island, criador de Full Throttle e Grim Fandango, nota a emegência do crowdfunding como método de financiamento para jogos, e pede uma graninha para criar algo novo no estilo daqueles títulos clássicos da Lucasarts.

Pouca coisa, US$400 mil. Seria um jogo relativamente simples, provavelmente feito em Flash, pelo seu estúdio atual, o Double Fine.

Um mês depois, ele havia arrecadado US$3.3 milhões, mais de oito vezes o valor original e a maior quantia até então no Kickstarter, e provado definitivamente a viabilidade do crowdfunding para gêneros esquecidos, considerados nicho demais pelas publishers, e ideias ousadas demais para o conservadorismo dos grandes investidores.

E, ontem, o mesmo Schafer avisa: o dinheiro não ia dar pra terminar o jogo, agora intitulado Broken Age. Ele terá que investir recursos próprios, além de apelar para pré-vendas.

Vejamos: ele recebe oito vezes o valor que havia pedido, e no meio da produção descobre que não é o suficiente?

O Twitter e a web ainda estão fervendo com a reação do público. Muitos dizem que, do mesmo modo como havia inaugurado a era do crowdfunding na indústria de games, Schafer agora a tinha encerrado, acabando com a sua credibilidade.

Eu tenho uma visão bastante diferente: um problema como esse ia acontecer mais cedo ou mais tarde. É melhor (ou menos pior) que aconteça nas mãos de alguém como Schafer, que tem recursos, experiência e responsabilidade para manobrar aqui e ali e impedir que essa falta de planejamento se transforme num escândalo de verdade, que abale de verdade a viabilidade do crowdfunding para jogos. Em outras palavras: apesar dos imprevisots, ele tem condições para garantir que Broken Age seja lançado.

Meu argumento é o seguinte: problemas de organização e planejamento acontecem o tempo todo, em qualquer tipo de projeto. Eles só não são divulgados para o público. No caso do modelo tradicional da indústria de games, essas informações ficam entre o estúdio responsável pela produção e o seu investidor, o publisher.

O crowdfunding não muda só a fonte do dinheiro, ele muda também a própria natureza da produção.

O investidor não é mais um executivo esperando os lucros do próximo Call of Duty, são dezenas de milhares de jogadores apaixonados pelo seu hobby, que querem muito conhecer e jogar o que, até o momento, é só uma ideia na cabeça de meia dúzia de designers e programadores ligeiramente idealistas. Querem isso a ponto de abrir a carteira para investir num jogo que ainda pode demorar mais de um ano para ser lançado, se for mesmo lançado.

É necessário fazer essa distinção: o crowdfunding não é a pré-venda de um jogo. É pouco mais que uma doação, e pouco menos que um investimento. Doação, porque em muitos casos você pode dar uma quantia baixa para o projeto, um ou dois dólares, sem ter nada em troca, nem sequer o próprio jogo, uma vez pronto. E também não é um investimento no sentido financeiro, porque mesmo caso o jogo seja bem-sucedido, você não recebe uma parcela dos lucros. Na melhor das circunstâncias, você recebe uma cópia de um jogo muito legal, e vai dormir mais leve, sabendo que ajudou a torná-lo realidade.

E também há o aspecto da liberdade criativa. Pessoas criativas frequentemente precisam ser mantidas na linha por um editor ou um gerente de projeto. Uma vez livres das amarras do modelo dos publishers, em que se é obrigado a cumprir metas regularmente, era fatal que mais cedo ou mais tarde sairia dos trilhos um projeto bancado por crowdfunding, onde o foco é principalmente agradar aos jogadores e aos instintos criativos dos próprios criadores.

E, enfim, há o caso específico deste projeto de Schafer. Adaptando o Tio Ben, "Com muita grana, vem muita expectativa". Schafer dificilmente poderia ter seguido em frente, tendo três milhões em mãos, com a mesma ideia que tinha na cabeça para quatrocentos mil dólares. Ele certamente sentiu, corretamente, que precisava fazer jus à confiança, tanto quanto ao dinheiro, investidos nele.

Então, assim como o investimento entregue pela comunidade foi oito vezes maior do que o pedido, Broken Age muito provavelmente é um jogo oito vezes maior, em termos de visão, de ambição criativa, do que o originalmente planejado. Do mesmo modo, os problemas e imprevistos num projeto dessa dimensão não são desprezíveis. Como eu disse antes, a diferença é que agora eles são públicos.

Mas o jogo certamente vai ser lançado, e eu acredito que vá ser um grande momento para indústria de jogos.

Tim Schafer não matou o crowdfunding. Outros problemas como este vão acontecer, e certamente vão acontecer coisas piores. A diferença é que, agora, as pessoas estão devidamente avisadas. É necessário que os próximos projetos apresentados no Kickstarter e outros sites do tipo sejam melhor detalhados, e que seu desenvolvimento seja acompanhado mais de perto. Mais trabalho para os jornalistas.

O que aconteceu é que, ontem, o crowdfunding na indústria de games amadureceu mais um pouco.

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São Paulo, 17 de Junho de 2013

Posted on Tuesday, June 18, 2013


Por Pablo Miyazawa

Você deve ter lido relatos bem parecidos já, mas enfim. Minha noite de ontem foi assim:

1. Segui com os colegas de trabalho para o Largo da Batata - felizmente, uma mera pernada de 10 minutos até lá. Policiais podiam ser vistos, mas em estado de alerta amistoso, encostados nas paredes. Pareciam estar só cumprindo tabela ali. A multidão, numerosa, ansiosa, animada e festiva, em estado de concentração puro, esperava por uma ordem que não vinha. Ela veio na forma de caminhada: todos andando em frente, que atrás vem gente.

2. A sensação é de que todo mundo era conhecido ou já tinha se visto por aí. Acabamos marchando ao lado da "ala dos famosos" - e eles eram vários. Caminhei uns metros ao lado do chef Alex Atala, do ator Felipe Folgosi e do Milhem Cortaz, que fez o Capitão Fabio em Tropa de Elite (que vestia uma camiseta amarela pedindo o fim da PEC 37 – não, a vida não imita a arte). Também vi muitos integrantes de jovens bandas de rock na mesma multidão. E muitas senhoras. Muitos estudantes. Alguns com as caras pintadas. Muitos com cartazes escritos à mão (outros mais elaborados, patrocinados por algum coletivo cultural). Apitos, chocalhos e não, nenhuma caxirola, felizmente.

3. Passamos em frente à estação Faria Lima e a massa começou a se mover junta, passinhos curtos, sem pisar nos pés do companheiro da frente. De longe, deu para ver a Teodoro Sampaio tomada, mas não foi possível distinguir se as pessoas subiam ou desciam a rua. Os slogans gritados pareciam criados na hora. Eram cantados por menos de um minuto, e logo substituídos por outro. Ema ema ema, nosso forte é a rima - todos poderiam estar estampando camisetas. Eram menos reclamações políticas, e mais palavras de ordem e de auto-afirmação (minha favorita: "o povo, unido, é gente pra caralho" – nesse eu ri).

4. Só vi um princípio de tumulto, diante do prédio do UOL: uma correria de meia dúzia atrás de um só. Levei segundos para notar que eram gritos de "pega ladrão". Alguém se aproveitou da movimentação para furtar, e ninguém ali quis deixar barato. “Não na nossa manifestação pacífica!” Correram atrás, e devem ter pego o cara. E se o pegaram, na certa fizeram um estrago nele (não vi). Mas foi uma das únicas movimentações estranhas que percebi. A outra foi na Brigadeiro Luis Antônio, quando alguém estourava bombas por esporte em uma das esquinas. Dessa vez, um grupo de 20 correu atrás do tal pirotecnico, que deu no pinote. A multidão, por sua vez, continuava seguindo, e os gritos de "sem violência", ou "continuem, continuem" se faziam ouvir.

5. As janelas acesas dos prédios da Faria Lima pareciam aprovar o evento - com toalhas brancas, papéis picados, sinais de positivo ou aplausos. A massa respondia às manifestações de apoio com mais aplausos e gritos de "vem pra rua vem, contra o aumen-tô!". Andamos mais devagar próximo ao shopping Iguatemi, onde um grupo de mães (que assim se definiam) levantou placas de motivação e recebeu palmas e flashes. Mais adiante, diante de um novo edifício espelhado (do Itaú, me disseram), as palmas eram concedidas a nós mesmos: o reflexo do formigueiro de gente refletido nos vidros era uma imagem impressionante que na certa fez cada um que ali estava se sentir mais “muitos” e menos “um”. Foi quando me dei conta de onde eu estava e o que acontecia. Até então, me deixei levar pela maré, zonzo e desorientado. Emocionado também.

6. É preciso ainda dizer o quão pacífico foi tudo? Devo dizer que me senti mais seguro do que em uma saída de show de rock ou do que na entrada de uma partida de futebol. Muito mais. É como se para assistir a um ex-Beatle ao vivo as pessoas precisassem exprimir mais raiva. Todo mundo ali até parecia torcer para um mesmo time, mas não torciam – nem todos estavam caminhando pelas mesmas causas. Cada um parecia ter a sua. Mas ao ar livre, dominando a avenida normalmente opressora, todos pareciam ter o mesmo objetivo: seguir em frente, conduzir quem estava atrás, ou se deixar levar por que andava adiante. Só vi sorrisos e ouvi risadas. Sem cinismo ou demagogia aparentes. Alguns manifestantes escalaram uma estátua e gentilmente colocaram uma máscara protetora no rosto do homem de pedra. Vandalismo? Só se pisar na grama for considerado isso. Vi sim, gente caindo ou tropeçando em buracos de obras e tapumes no asfalto. Mesmo diante de vitrines de grifes caras (protegidas por seguranças), a palavra de ordem era o respeito. Quem marchava não apenas protestava, mas aproveitava para curtir a própria cidade – algo impossível de se fazer no dia a dia saturado de máquinas, pneus, fumaça e correria. As pessoas apenas andavam, querendo chegar lá.

7. Na esquina da Faria Lima com a Juscelino Kubitschek, o gargalo da indecisão: seguir para a direita ou a esquerda? “Para a direita não vou nem fudendo!”, riu falando sério o militante de esquerda. Para “lá” significava encarar a Marginal Pinheiros, rumo à ponte estaiada. Para a esquerda, o destino era a avenida Paulista. Os minutos de dúvida foram temperados pelas informações que chegavam aos gritos (“100 mil pessoas no Rio de Janeiro, porra!!”, “Invadiram o Planalto!!”, “Já tem 70 mil na ponte!!”), daqueles que portavam radinhos de pilha ou contavam com um 3G em funcionamento (ah, a tecnologia). A voz da maioria me venceu: “Vamos prá Paulis-tá!”, uns dez comandaram. Fomos. Na JK, a pista contrária era feita de carros com motores desligados e motoristas impacientes, mas coniventes. Alguns permaneciam nos veículos, outros só olhavam a banda passar. “Ah há, uh hu, a cidade é nossa!”, o rapaz de 1,90m na minha frente cantou, e dessa vez me senti obrigado a gritar junto. Não era uma maratona 15k que nos fazia percorrer os asfaltos das avenidas mais movimentadas e conquistar as veias da capital. Não haveria medalha de consolação no final do percurso. Mas ninguém parecia cansado ou menos motivado por isso.

8. Subindo a infinita Brigadeiro Luis Antônio, escurecida pela pouca iluminação, o grupo parecia disperso, mas era impressão. Só no final da subida de três quilômetros, olhando para trás, que nos demos conta da massa disforme que nos seguia. A emoção era evidente em quem se dava conta do tamanho daquilo: os telefones com câmera registravam a fila infinita, que se tornava um borrão lá no distante pé da avenida. Carros buzinavam em apoio. Algumas mulheres ao volante seguravam flores com o braço para fora da janela – uma maneira de dizer “estou com vocês, apesar de não seguir junto”. Dentro de ônibus vazios, os motoristas e cobradores eram incógnitas: alguns apoiavam com sorrisos e gestos; outros, pareciam imaginar a que horas poderiam enfim voltar para casa. Os manifestantes perguntavam, em coro alegre: “ô motorista, ô cobradô, diz aí se seu salário melhorô?”. Aquelas expressões indecifráveis meio que respondiam à questão – não, estava tudo na mesma. Mas será que irá melhorar?

9. Enfim, a Paulista. Parecia fim de feira, fora a ausência de restos e lixo no chão. Pessoas iam e vinham sem rumo definido, sem objetivo aparente, denotando apenas o prazer de estar lá, dominando as pistas que não nos pertencem quase nunca. Encontrei amigos, que procuravam por outros amigos na multidão. Todos sorriam e se abraçavam. Parecia clima de reveillon, sem a cidra ruim e sem parentes inconvenientes. Enfim, vi a polícia novamente. Pareciam tão tranquilos e passivos quanto no dia da Virada Cultural. Desorganizados em grupos, pareciam nem prestar atenção a quem por ali passava. A frente do Masp estava mais tomado do que o restante da via – havia espaço para a dispersão no vão livre. Quem tinha uma placa, levantava a sua para a posteridade. Quem não sabia para onde ir, parava e olhava os outros sendo os outros. A Paulista era nossa – não sabíamos bem o que fazer com ela, mas era nossa. E quem quis, aproveitou e se sentou no chão, bloqueando o cruzamento com a Rua Augusta. Tive vontade de me sentar também, mas continuei a andar.

10. Peguei o metrô da linha 4 na Consolação, não antes de ver a via ser bloqueada e ouvir mais um estouro de bomba, seguido de vaias (o procedimento se repetiu diversas vezes nas horas anteriores – toda explosão ganhava sua reclamação). Descendo os degraus infinitos da estação Paulista, era possível escutar a cantoria nos andares superiores. A festa continuava no subterrâneo, pacífica como começara na Batata. Antes de embarcar, enxerguei de longe uma adolescente posando para uma foto na frente da parede amarela. Nas mãos, um cartaz cuidadosamente desenhado - “Somos os filhos da revolução”, o definitivo slogan de refrigerante de Renato Russo. Na cara dela, o sorriso de orgulho de alguém que finalmente encontrou uma causa para chamar de sua.

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Gardenal.org: foi assim que aconteceu

Posted on Wednesday, March 20, 2013


Por Pablo Miyazawa

It was 10 years ago today.

Não foi, na verdade foi anteontem, mas o que vale é a intenção. Em 18 de março de 2003, entrou no ar a primeira versão do Gardenal.org. Nem me lembro se o domínio já era esse, mas a ideia existia desde então: uma comunidade de blogs de amigos, baseada no conceito da “filantropia digital”.

É engraçado pensar que essa história jamais foi contada, ainda que não seja de interesse de ninguém, além dos envolvidos. Mas aproveito a data histórica para relembrar um tempo em que certamente éramos mais inocentes, mas não menos ambiciosos – provavelmente, nos faltou comprometimento e uma dose de atitude. Mas sobre isso explico logo mais.

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Gosta de Ler?

Posted on Sunday, March 3, 2013

Por Marcel R. Goto


Já faz mais de dez anos que eu mantenho uma coleção de anotações, citações, ideias, referências, receitas e quinquilharias diversas, que inclui também uma lista de livros para comprar e ler. Fui descobrindo esses livros, um por um, no meio de matérias, artigos, comentários em fóruns, pesquisando sobre algum assunto ou gênero ou autor que me interessava no momento, e de mil outros jeitos diferentes. Tem um pouco de tudo aí, mas sempre sigo os mesmos critérios: os de não-ficção são referência reconhecida e de alta qualidade em determinado assunto, ou então oferecem uma perspectiva original sobre ele. Os de ficção são mais idiossincráticos, e a lista é menor porque são os que compro com mais frequência e, sendo extremamente exigente, tenho encontrado cada vez menos coisas que me interessem.

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Os brinquedos de hoje não servem para esta criança de ontem

Posted on Saturday, March 2, 2013

Por Pablo Miyazawa

E a sensação ruim que tive ao entrar em uma loja de brinquedos?

Vivia dentro delas nos anos 80. Continuei a frequentá-las nos anos 90. E nos anos 2000, quando me aperfeiçoei na fina arte das lojas internacionais, tornei-me quase um colecionador de tranqueiras.

Mas passou. Como tudo passa. Eu mudei, mas as lojas de brinquedos também.

Se eu fosse um moleque de 8 anos hoje, estaria bem ocupado. A internet existe, os smartphones são mais versáteis, os videogames são tão viciantes quanto úteis. E nenhum desses itens são vendidos em lojas de brinquedos – eles estão mais para lojas de eletrodomésticos. Uma Apple Store pode ser tão interessante para um adolescente quanto a uma visita a Toys “R” Us. A culpa seria dos brinquedos, que não evoluíram. Então me permito concluir que os brinquedos regrediram – pelo menos aqueles que eu conhecia e ainda persistem nas prateleiras.

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Será o Fim da Memória?

Posted on Friday, February 22, 2013

Por Pablo Miyazawa


A importância das coisas como elas são hoje.

Eu divago a respeito. E para que servirá o que temos e fazemos agora? Como isso será visto pela humanidade daqui 50, 100, 200 anos?

Estudar o passado está na moda mais do que nunca esteve na história da humanidade. Jamais tivemos tantas chances e possibilidades de guardar o que já aconteceu, redistribuir e conservar para sempre. Há até poucos anos, tudo estava perdido, ou se deteriorando. Hoje, as informações não apenas são recuperadas como são guardadas e espalhadas no exato momento em que passam a existir. Em se tratando do meio digital, jamais haverá volta – saberemos de tudo que aqui acontece, para sempre, é só saber procurar. E já está assim faz tempo. A internet não perdoa nada, não esquece nunca. A não ser em caso de apocalipse. Aí é provável que o fio será puxado da tomada e voltaremos à estaca zero. Mas do jeito que estão os cérebros das novas gerações, irá demorar muito pouco para alcançarmos o estado atual novamente. Não tem mais volta.

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